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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mary Shelley



Mary Wollstonecraft Shelley (Londres, 30 de agosto de 1797 -— Londres, 1 de fevereiro de 1851), mais conhecida por Mary Shelley foi uma escritora britânica, filha do filósofo William Godwin e da pedagoga e escritora Mary Wollstonecraft. Casou-se com o poeta Percy Bysshe Shelley em 1816, depois do suicídio de sua primeira esposa.

Mary Shelley foi autora de contos, dramaturga, ensaísta, biógrafa e escritora de literatura de viagens, mais conhecida por sua novela gótica Frankenstein: ou O Moderno Prometeu (1818). Ela também editou e promoveu os trabalhos de seu marido, o poeta romântico e filósofo Percy Bysshe Shelley.
A mãe de Mary Godwin morreu quando ela tinha 10 dias de nascida; mais tarde, ela e sua meia-irmã, Fanny Imlay, foram criadas por seu pai. Quando Mary tinha quatro anos, Godwin casou-se com uma vizinha, Mary Jane Clairmont. Godwin deu a sua filha uma rica e informal educação, encorajando-a a aderir às suas teorias políticas liberais.
Em 1814, Mary Godwin iniciou um relacionamento amoroso com um dos seguidores políticos de seu pai, o casado Percy Bysshe Shelley. Junto com a irmã adotiva de Mary, Claire Clairmont, eles partem para a França e viajam pela Europa; uma vez retornando a Inglaterra, Mary fica grávida de Percy. Durante os próximos dois anos, ela e Percy enfrentam o ostracismo, dívidas e a morte da filha prematura. Eles se casaram em 1816 após o suicídio da primeira mulher de Percy Shelley, Harriet.
Em 1816, o famoso casal passou o verão com Lord Byron, John William Polidori, e Claire Clairmont próximos de Genebra, Suíça, onde Mary concebe a idéia de sua novela Frankenstein. Os Shelleys deixam a Grã-Bretanha em 1818 e vão para a Itália, onde o segundo e o terceiro filhos morrem antes do nascimento de seu último e único sobrevivente filho, Percy Florence.
Em 1822, seu marido afogou-se quando seu barco afundou durante uma tempestade na Baía de La Spezia. Um ano depois, Mary Shelley retornou a Inglaterra, devotando-se, desde então à educação de seu filho e à carreira como autora profissional. A última década de sua vida foi marcada pela doença, provavelmente causada pelo tumor cerebral que a iria matar aos 53 anos de idade.
Até os anos 70, Mary Shelley era conhecida principalmente por seus esforços em publicar os trabalhos de Percy Shelley e pela novela Frankenstein, que permanece sendo lida mundialmente e tendo inspirado muitas peças de teatro e adaptações para o cinema. O currículo escolar recente rendeu uma visão mais compreensiva das realizações de Mary Shelley. Estudantes demonstraram mais interesse em sua carreira literária, particularmente suas novelas, que incluem novelas históricas Valperga (1823) e The Fortunes of Perkin Warbeck (1830), a novela apocalíptica The Last Man (1826), e suas últimas duas novelas, Lodore (1835) e Falkner (1837). Estudos de seus últimos trabalhos conhecidos como o livro de viagem Rambles in Germany and Italy (1844) e os artigos biográficos de Dionysius Lardner's, Cabinet Cyclopaedia (1829–46) serviram de base e visualização de que Mary Shelley permaneceu uma política radical por toda a vida.
O trabalho de Mary Shelley frequentemente discute que essa cooperação e simpatia, particularmente praticada pelas mulheres na família, eram maneiras de se reformar a sociedade civil. Essa visão foi um desafio direto ao caráter romântico individualista promovido por Percy Shelley e as teorias políticas iluministas articuladas por seu pai, William Godwin.


Lago de Genebra e Frankenstein

Projeto de Frankenstein( "Foi numa noite triste de novembro que eu contemplei meu homem completo ...")Em maio de 1816, Mary Godwin, Percy Shelley, e seu filho viajaram para Genebra com Claire Clairmont, onde planejavam passar o verão com o poeta Lord Byron, cujo caso recente com Claire a tinha deixado grávida. O grupo chegou em Genebra em 14 de maio de 1816, onde Mary passou a se chamar de "Sra. Shelley". Byron se juntou a eles em 25 de Maio com seu jovem médico, John William Polidori, e alugou a Villa Diodati , perto do Lago de Genebra na vila de Cologny; Percy Shelley alugou uma pequena construção chamada Maison Chapuis, próximo à margem do rio. Passaram seu tempo escrevendo, com passeios de barco no lago, e conversando até tarde da noite.
"Foi com certeza um verão molhado,", Mary Shelley relembrou em 1831, "a chuva incessante, muitas vezes confinou-nos dias dentro de casa". Entre outros assuntos, a conversa virou-se para as experiências do filósofo natural e poeta Erasmus Darwin do século XVIII, que disse ter animado matéria morta, e do galvanismo e a viabilidade de retornar à vida um cadáver ou partes de um corpo. Sentados em torno de uma fogueira na Villa de Byron, os companheiros também se divertiam lendo histórias alemãs de fantasmas, fazendo com que Byron sugerisse que cada um escrevesse o seu próprio conto sobrenatural. Pouco depois, em uma inspiração, Mary Godwin concebeu a idéia de Frankenstein:
Eu vi o pálido estudante de artes profanas ajoelhado ao lado da coisa que ele tinha reunido. Eu vi o fantasma hediondo de um homem estendido e, em seguida, através do funcionamento de alguma força, mostrar sinais de vida, e se mexer com um espasmo vital. Terrível, extremamente assustador seria o efeito de qualquer esforço humano na simulação do estupendo mecanismo de Criador do mundo.
Ela começou a escrever o que achou que seria uma história curta. Com o encorajamento de Percy Shelley, ela expandiu este conto em seu primeiro romance, Frankenstein: or, The Modern Prometheus, publicado em 1818. Mais tarde ela descreveu o verão na Suíça como o momento "Quando eu saí da infância para a vida".

* A imagem a cima trata-se do projeto original do livro.

Fonte: Wikipédia

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Anatomia do Rock (Jim Morrison)

Mais uma dele. Mais uma vez, peguei o livro pra folhear e abri nesse poema. Gostei e vou postar. Como sempre, sua marca registrada: acidez, fúria e poesia.

A Anatonia do Rock

O 1º delírio elétrico chegou
ás pessoas
em uma amena sexta-feira.
O suor pairava no ar.
O canal irradiava,
símbolo de poder.
O incenso espalhava-se sombriamente.
Quem podiaentão dizer que iria
acabar aqui?

Um autocarro escolar chorou c/ um comboio.
Foi no Cruzamento.
O Mercury torceu.
Não consegui levantar-me do meu lugar.
pela estrada espalhavam-se
corpos c/ espasmos.
Ajudem-nos,
Vamos chegar tarde as aulas.

.....

Esvoaçavam cordas.
Persistiam
sorrisos lisonjeiros.

Os cacifros foram forçados
& os segredos descobertos.

....

Adoração c/ palavras, c/
sons, mãos, tudo
alegre divertido & obceno
- na criança
louca
_________

Os velhos adoram c/ longos
narizes, velhos olhos sentimentais.
As raparigas adoram,
exóticas, índias, c/ vestes
e fazem-nos sentir tolos
por representarmos com os nossos olhos.
Perdidos na vaidade dos sentidos
que nos levou aonde estamos.

.....

"Alguma vez viste Deus?"
- uma mandala. Um anjo simétrico.

Sentiste? sim. Fodendo. O sol.
Ouviste? Musica. Vozes.
Tocaste? um animal. a tua mão.
Saboreaste? Carne rara, cereais, água
& vinho.

 Um anjo corre
Através da súbita luz
Pelo quarto
Um fantasma precede-nos
Uma sombra segue-nos
E sempre que paramos
caímos

Ninguém concebeu a existência;
aquele que pensa que o fez
Que avance

Esse texto foi retirado do livro Abismos (escritos inéditos), publicado pela editora Assírio e Alvim (Portugal) Ele foi copiado exatamente igual ao escrito. Somente retirei algumas partes, colocando (....) nas pertes cortadas. No mais, é exatamente igual, inclusive os itálicos e os possíveis "erros". 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

John Polidori


Eu estou lendo um livro que possui contos clássicos de vampiros ( Contos Clássicos de Vampiros). Lá, os autores fazem uma breve cronologia sobre o tema, explicando numa singela linha de tempo a evolução do tema. Dentre os autores citados, me chamarm a atenção Byron, Goethe, Stoker, Gautier, Polidori e outros. Muito, muito interessante saber como esses personagens fantásticos surgiram e evoluiram! E, para coroar isso tudo, surgiu a idéia desse post. 
* Nesse blog possui um conto na íntegra do autor Théophile Gautier , A Morte Amorosa. Se houver interesse, é só buscar nos arquivos. 


John William Polidori (Londres, 7 de setembro de 1795 - 24 de agosto de 1821), médico e escritor inglês de pai italiano nacionalizado inglês.

Polidori recebeu uma formação científica e humanística muito esmerada. Com 16 anos começou seus estudos de Medicina na Universidade de Edimburgo e aos 19 leu sua tese de licenciatura, o que dá ideia de como era  aplicado que era como aluno. No entanto, seu verdadeiro talento foi destacado no campo das letras e teve uma carreira literária como um dos autores mais admirados.

A oportunidade chegou quando travou contacto com o já famoso e escandaloso Lord Byron. Este precisava um médico pessoal para sua próxima viagem por Europa e um doutor amigo lhe recomendou a Polidori. Lord Byron admirou imediatamente o jovem médico e contratou-o. Assim se iniciou o período mais intenso, mas também mais desgraçado, da curta biografia de John Polidori.

Este levou durante o trajeto pela Europa, um diário onde ia recolhendo todas as incidencias da viagem. Algumas entradas do diário refletem a vida bastante burguesa do casal de ingleses, ainda que não se vislumbra uma relação muito próxima, íntima, de verdadeiros amigos entre o poeta e o médico. De facto, outras testemunhas dão fé de que depois da aproximação inicial, Byron ironizava abertamente o seu jovem médico, duvidando da sua capacidade como profissional de medicina, mas sobretudo, de suas tentativas por emular o imiciante poeta,  criticando publicamente as peças de teatro que Polidori escreveu.

Instalados durante uma temporada em Suíça, foi em Genebra, o 17 de junho de 1816, onde teve lugar o famoso incidente que propiciou o nascimento de uma das novelas de terror mais aclamadas da literatura universal, Frankenstein, de Mary Shelley. No verão desse ano, Byron e Polidori recebiram assiduamente ao poeta Shelley e a sua futura esposa, Mary Wollstonecraft Godwin. Em uma dessas reuniões, depois da leitura de uma antología alemã de relatos de fantasmas (Phantasmagoriana), Byron propôs que a cada um deles escrevesse uma novela terrível.

Se Shelley, Byron e os demais fizeram-no não se sabe, talvez tenham feitos simples esboços de histórias, mas Mary Shelley e o “pobre Polidori” (como costumavam o chamar Byron e a mesma Mary), conseguiram finalizar seus respectivos projectos, iniciados nessa noite mágica ainda que publicados mais tarde.
A desgraça de John Polidori é que sua obra, Ernestus Berchtold ou o moderno Edipo, fica bastante ensombrecida pela magnífica novela de Mary Shelley, Frankenstein. A relação de Byron e Polidori deteriorou-se finalmente porque Polidori tentava subornar Byron com favores e este necessitava dos serviços do médico.

Pouco mais fica por contar da vida deste aspirante a escritor. Publicou alguns poemas que passaram sem  glória (como A queda dos anjos, poema ambicioso). Porém, só com seu relato O Vampiro, publicado em princípio anonimamente, conseguiu o aplauso do público, depois do verdadeiro escândalo originado pela  sua autoria (não se sabia quem havia escrito, inclusive o intitularam a Byron). Neste relato, a figura do vampiro recolhe alguns traços do poeta Byron, reconhecidos pelos leitores da época. Quiçá fosse uma pequena vingança pessoal do homem que sempre esteve à sombra do génio romântico.

Inclusive a morte de Polidori parece um remedo dessas mortes heróicas e sublimes de Byron e Shelley. Em 1821, farto de uma existência tão pouco ilustre, pôs fim a sua vida com um veneno poderoso. A família, para evitar o escândalo, apagou todas as provas do suicídio, jogando terra ao assunto e ao mesmo tempo, ao quiçá único gesto verdadeiramente singular de sua existência.

Fonte: Worldlingo.com